anos 30

Década muito laboriosa, com ativa participação em Salões e Exposições, de premiações e muitos acontecimentos; porém, de parcos resultados financeiros. A “Crise do Café” fez-se sentir em toda a década - débâcle financeira iniciada em 1929, e as revoluções de 1930 (organizada para a derrubada da oligarquia da República Velha, que deu origem à implantação do Estado Novo,1937-1945 com a consequente restrição à liberdade de pensamento) cujos antecedentes foram; em 1932, a derrotada revolução paulista pró Constituinte; seguida em 1935 pela insurreição Comunista. Claro está que todos esses movimentos davam ao país uma atmosfera de desassossego e instabilidade econômico-financeira e política. Como consequência faziam-se poucas vendas.

Francesco Piccolo, na época professor de literatura italiana da recém criada USP-SP (1934), dedica a Pennacchi um importante artigo – Descoberta de um pintor – após visitar a “Exposição de Pequenos Quadros” feita no Palácio das Arcadas. Juntamente com Sérgio Milliet (da Costa e Silva) compram algumas “das pequenas maravilhas que Pennacchi expôs nas Arcadas...”. Segundo Rebolo, “foi uma festa!”

A arquitetura apresentou uma maior evolução e ganhou força no âmbito oficial, iniciando-se com o eclético Victor Dubugras, seguido pelo funcionalismo de Gregori Warchavchik, e Rino Levi e os projetos cubo futuristas de Flávio de Carvalho, apesar de raramente executados.

 Ainda Pennacchi, no início dos anos ’30, cria com Antello Del Debbio, uma sociedade de comunicação visual – Clamor – produzindo muitos projetos publicitários.   Em março, 1932, conclui que “l’atelier Clamor” não dá resultados práticos. Em maio, 2005, o Instituto Moreira Salles através de seu Superintendente Executivo – Antonio Fernando De Franceschi – apresentou uma exposição inédita e exclusiva dos “Reclames de Fulvio Pennacchi – primórdios da propaganda brasileira” acompanhada por um detalhado catálogo para o qual colaboraram Annateresa Fabris, Silvana Brunelli Zimmermann, J. Roberto Whitaker Penteado, Gabriel Zellmeister além do próprio Antonio De Franceschi. Escreveu Zellmeister:

“... olhando para seus esboços publicitários, arrisco-me a imaginar que o exímio mestre em técnicas de artes plásticas conteve um revolucionário artista gráfico. Mas, se assim foi, não há o que lamentar: a exposição desses esboços de reclames resgata e revela o grande artista gráfico. Suas imagens publicitárias apresentam uma qualidade comparável ao que de melhor se produziu no mundo, naquela época. E, sem dúvida, melhor do que os melhores “reclames” e cartazes produzidos pela primária publicidade brasileira. Pennacchi poderia ter feito escola, inscrevendo o Brasil junto ao melhor cartazismo mundial.”

Inicia a colaboração com o escultor Galileo Emendabili, influenciando sua obra.

 Uma renda mais constante será conseqüência da compra com Antonio Gioia de um primeiro açougue (Rua Bela Cintra).  Em seguida compra a parte do sócio e logo depois, juntamente com seus dois irmãos, cria uma filial (Rua Almeida Torres). Participa ativamente da administração obtendo em pouco tempo resultados satisfatórios, que permitem que ele possa dedicar-se exclusivamente à sua arte.

Conhece Francisco Rebollo Gonsales com o qual divide um atelier no “Palacete Santa Helena”. A chegada de outros artistas forma, de maneira espontânea, um grupo que mais tarde será conhecido como “Grupo do Santa Helena”.