anos 40

Esta década, por força de suas múltiplas realizações, nos mostra um artista já consolidado na terra em que escolheu para viver, e fiel aos princípios de seu aprendizado (e.g.: Paris Pós-impressionista, Retorno a Ordem, Novecento, etc.). Pennacchi prossegue no encalço de projetos aparentemente tantalizadores. A consecução de tais projetos se deve a um artista de costumes espartanos e espírito aferrado, apesar de ensimesmado e modesto.

Durante o período serão criados o projeto e a execução da “Igreja Nossa Sra. da Paz” e os afrescos pertinentes à Igreja e ao Convento. Sem dúvida sua maior realização, em razão da qual Pennacchi já merece ser considerado como um dos grandes artistas atuantes no Brasil. Alguns anos mais tarde Pennacchi “projeta e constrói suas duas residências” e as decora com afrescos, cuidadosamente estudando e projetando móveis, luminárias, acabamentos e toda a sorte de alfaias, formando um conjunto de grande unidade.

Concomitantemente, participa de várias exposições; uma delas na Galeria Itá é sua primeira exposição individual na qual apresentou 70 obras. Produz inúmeros afrescos para as residências das mais importantes famílias paulistas, decora com afrescos o “Hotel Toriba” em Campos do Jordão baseado em temas folclóricos brasileiros; pinta afrescos na Capela do Hospital das Clínicas em São Paulo e na Catedral de Uruguaiana, escreve com maior freqüência poemas que abordam o cotidiano, suas lembranças, seus amigos e os temas prediletos de suas pinturas.

Entre outubro de 1941e maio,1944; mantêm “quantiosa e valiosa correspondência com sua futura esposa”, ND Filomena Maria dall’Aste Brandolini Matarazzo, que se havia transferido com sua família para a Argentina (Buenos Aires e Ascochinga - Sierras de Córdoba), nas quais, de sua parte, relata seus projetos, obras e frequentemente envia pequenos guaches delicadamente coloridos. Das 600 cartas trocadas entre os eles, somente 300+ ainda existem e, no momento, estão sendo traduzidas já apresentando elucidações importantes sobre o percurso do artista, a vida artística de São Paulo e a sua própria.

Em 1946, Fulvio Pennacchi casou-se com a N.D. Filomena Maria dall’Aste Brandolini Matarazzo, na capela particular dos tios Conde Andrea Matarazzo e Amália Cintra Ferreira. Frei Emilio Wienk, na época “diretor espiritual” de Filomena, oficiou o enlace. Da união que durou 47 anos, nasceram oito filhos; hoje com inúmera descendência.