origens

A  Origem da Família Pennacchi – Breve Resenha

La nobiltà è un manto che il tempo tosto raccorce com le sue forbici se non gli si aggiunge matéria di opere degne di fama!
— Dante Alighieri (1265-1321)

(A nobreza é um manto que o tempo rapidamente recorta com suas tesouras se falhamos em adicionar feitos dignos de ótima reputação!)

Com a morte de Frederico II Hohenstaufen (1194-1250), o Sacro Império Romano perdeu significativo poder. As províncias do norte da Itália tornaram-se independentes e as comunas ganharam força fazendo da Lombardia e de grande parte da península itálica uma região bastante fragmentada. 

O principal ramo da Família Pennacchi que era lombardo, migrou para a Garfagnana, durante o século XIII. Um registro  extraído do “Notulario nº. 46, tomo 3, pág. 212 do Spedale dei San Luca de Lucca” datado de 24.01.1291 dá conta que certo “Sabatino Pennaccij, “lucchese”, letrado e rico proprietário de San Martino em Villa Collemandina, toma posse de nova propriedade que contém: “casa senhoril com alicerces, jardins, átrio e peristilo, horta, pomaredo, granais, terras, bosques, vinhedos, castanhais, etc., que já havia sido de propriedade dos Porcari”.

A destruição ou inexistência de documentos nos obriga a um salto de 112 anos (mais de quatro gerações) quando em 1403, nasceu Benedetto Pennaccij, ao qual pudemos traçar nossa descendência de filho para pai de forma ininterrupta desde o início do século XV até os nossos dias.

O uso do brasão de armas que ora ostentamos veio muito depois; foi concedido a “Messer” Giovanni Maria Pennacchi dei Dottori em 1767 conforme atesta a “Raccolta Bonacina”, e se encontra inserido “nel libro d’oro, carte 100; Contrada de Santa Margherita al Segno della Croce d’Oro” iniciado pelo  historiador, genealogista e heraldista Antonio Bonacina então a serviço de Francesco III d'Este, Duque de Ferrara, Modena e Reggio – Milão, 1767.

Hoje a “Raccolta Bonacina” é de propriedade do “Studio Araldico” fundado pelo Conde Adriano Guelfi Camajani (Genova) em 1920. É composta por 100 Armoriais aquarelados que indicam famílias pertencentes à aristocracia “italiana” distribuídas entre o final dos anos 1.500 e os primeiros decênios dos anos 1.800. 

É preciso lembrar que a Itália no início do XIX (1814-1815), “não passava de  uma mera expressão geográfica” em virtude dos oito estados independentes já existentes na península e restaurados pelo Congresso de Viena após o parêntese napoleônico, causa primeira do disperso paradeiro de documentos e registros de caráter histórico, genealógico e nobiliário. Quem nos dera ter uma versão da “Torre do Tombo”! A expressão mencionada no início do parágrafo, de caráter pejorativo, é atribuída a Klemens von Metternich, príncipe de Metternich-Winneburg-Beilstein, (1773-1859), líder do Congresso de Viena. A unificação, produto da política do “Resorgimento” (1815-1870) viria mais tarde, em 1870, através da tomada de Roma através da simbólica “Brecha da Porta Pia” que encerrou “de facto” o poder temporal da Igreja Católica Apostólica Romana através da figura do “Papa-Rei”. A “Questão Romana” somente foi resolvida, de forma definitiva, através do “Tratado e Concordado de São João em Latrão” em 1929, quando se criou o “Estado do Vaticano”

Com a morte de Giovanni I Pennacchi dei Notari em 1695, seu filho Michelangelo abriu mão do direito da “primogenitura – antigo direito sucessório através do qual o patrimônio familiar era transmitido de pai para o filho primogênito e na falta deste para o parente mais próximo de maior idade”. Com aquela atitude, inusitada para a época, os bens da “gens Pennacchi” foram distribuídos igualmente entre os herdeiros de sexo masculino, criando-se então diferentes “predicados” que passaram a identificar os vários ramos da família Pennacchi a partir do século XVIII. 

Então, Valerio Pennacchi-Pennacchi – o autor dos textos deste site – pertence ao ramo do primogênito Michelangelo o qual recebeu o predicado de “dei Notari o Dottori” – sabe-se que neste ramo da família estava concentrado o notariado “garfagnino”, o qual era hereditário.  Outros exemplos: minha avó-materna Caterina pertencia ao ramo Pennacchi dei Sargentini, meu avô-materno pertencia ao ramo “Pennacchi dei Cannari”. 

Fulvio pertencia ao ramo dei “Pennacchi dei Capitani” formado por Giovanni Domenico (1774-1849), na geração seguinte.

O “Archivio Araldico Vallardi (Milão)”, o “Istituto Genealógico Italiano (itália)” o “Istituto Araldico Coccia (Florença)” e o Livro de Ouro do antigo Ducado de Ferrara, dão conta que membros da Família Pennacchi, de origem germânica e antigamente chamada de “Arciprete”, “Arcipreti della Penna Crispolti” e “della Penna d’Amelia”, foram nobres não titulados nos Estados Estenses (e.g.: Grafagnana, Ferrara, etc.) e Pontifício. Ao ramo umbro – Amélia e Penna in Teverina – foi conferido um outro brasão, ainda em uso. Alguns membros da nossa família deixaram antigas e notáveis memórias: 

Alessio; Cardeal da Igreja Católica Apostólica Romana, nomeado por S.S. Clemente III, 1189.
Agamenone e Giacomo; “condottieri” no século XIV. Morando e Pietro; notários em Ferrara, 1310.
Píer Maria e Girolamo; nobres de Verona, pintores vênetos de grande fama, 1508 ca.
Rosino, notário em Viterbo, 1587-1609.
Fausto, doutor e professor de direito civil na Universidade de Bolonha, 1681.
Giovanni Martino, Decano da Armada Alpina, 1728
Michelangelo, pintor e escultor, 1736-...
Giuseppe, notário na Garfagnana, 1690-...
Giovanni, médico e notário na Grafagnana, 1800-...
Fedele, notário na Garfgnana, 1832-1884.

 

Bibliografia
“Elenco Signorile estratto dal Registro dei Matrimoni – 1566, 1714 e 1827 a 1947”
“Registro e Archivio Parrochiale di Magnano – Libro dei Morti – 1636, 1711 a 1825, 1732 e 1834 a 1939. 
“Notizie genealogiche della Famiglia Pennacchi di Pianacci”; Nicola Pennacchi.
“Notizie genealogiche-nobiliari rilegate in due volumi”; Studio Araldico – Conte Vittorio Guelfi Camajani; Genova; 1980, 1999, 2003.
Between Salt Water and Holy Water: A History of Southern Italy; pág. 264; Tommaso Astarita; 2000.